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Palavra do Bispo | Homilia - 26/07/2023

Homilia - 26/07/2023

Saudações!

- Mons. Antonio Robson; Padres, Diáconos, Seminaristas, Consagradas/os,

- Arautos do Evangelho;

- Irmãos e Irmãs, devotos de Sant’Ana e São Joaquim

- Pe. Dorival Aparecido de Moraes e equipe de trabalho (ornamentação, quermesse, liturgia). Cumprimentos e reconhecimento pela dedicação, pelo trabalho incansável. Esforço que alcançou êxito e brilhantismo, fazendo com que a festa alcançasse maior proporção que festa, com relevantes frutos na evangelização dada a profunda espiritualidade que a todos enriqueceu.

 

Festa de Sant’Ana! Devoção, Família e Santidade!

 

1. Uma devoção que atravessa o tempo, passa pela Família e aponta para a santidade

A devoção a Sant’Anna em Mogi das Cruzes remonta aos primórdios históricos da vila, há quatro séculos, desde 1611. Os fundadores da cidade já buscavam sua intercessão e inspiração; e quiseram homenageá-la com o nome primitivo de “Vila de Sant’Ana de Mogi Mirim”.

 

Há 60 anos (1962), a Diocese de Mogi das Cruzes foi instalada e Sant’Ana, padroeira da velha matriz, da cidade e do município, torna-se padroeira da Diocese e da Catedral, que abriga a antiga imagem tricentenária. E, da catedral, a devoção vai se espalhando, tornando-se referência para toda a diocese, preservando a história e alimentando a piedade popular.

 

A Festa de Sant’Ana Momento forte da nossa vida social e eclesial, tendo a praça como marco histórico, a catedral como marco da fé e a procissão como marco cultural, religioso e devocional. A quermesse oferece bons momentos de convivência, fraternidade, amizade, lazer sadio e espírito de família. Assim, ao lado da Festa do Divino Espírito Santo, a Festa de Sant’Ana se coloca entre as maiores festas religiosas da Cidade. Devoção, Família e Santidade!

 

2. A Santidade tem seu fundamento na Família.

A devoção a Sant’Ana e São Joaquim toca o coração da Família. A bíblia sagrada mostra que os grandes acontecimentos da história da salvação passam pela Família, sendo este lugar essencial da ação de Deus e ambiente favorável para a vivência do amor, caridade, diálogo e fé. O amor na família é o reflexo do amor de Deus. Segundo a Bíblia, é na família que se transmite valores humanos, sociais e religiosos, tais como: trabalho, convívio saudável e respeitoso, religião e temor a Deus.

 

A sagrada família de Nazaré – Jesus, Maria e José – representa um modelo de virtude para as pessoas, as famílias e a sociedade. Precedendo-a, nesta mesma proporção, encontra-se a família da Virgem Maria, cujos pais hoje festejamos: Sant’Ana e São Joaquim. A conhecida imagem de Sant’Ana educando a filha Maria evidencia a importância desse processo educacional.

 

Jesus Cristo, encarnando-se na natureza humana, nasce no seio de uma família e assume a vida familiar de modo integral: vive num lar, sob a tutela e proteção do pai adotivo São José, sob os cuidados e a ternura da mãe, Maria Santíssima, tem parentes e avós, Joaquim e Ana.

Da mesma forma que os pais, na vivência do amor matrimonial, são o esteio da família, como exemplo e referência de equilíbrio e responsabilidade, os avós e os netos dão à família a necessária moldura. O convívio das novas gerações com os idosos marca um salutar encontro entre fragilidades e esperanças: as crianças, adolescentes e jovens, são portadores de um idealismo de quem vislumbra um futuro ainda incerto; os avós trazem as limitações inerentes ao peso da idade e dos anos transcorridos para acumular maturidade e sabedoria. Os pais são o tronco de uma árvore cujas raízes são os avós e cujos galhos, folhas e novos brotos são as crianças.

 

Papa Francisco tem ressaltado, cada ano, ao celebrar o dia dos avós, a necessidade de se respeitar e honrar os avós e os idosos, colhendo deles lições de sabedoria. “Ele recomendou aos jovens a não abandonarem os idosos à margem da vida, como hoje acontece, infelizmente, com frequência. Os idosos aprendam dos jovens a manter firme a esperança e a alegria. As gerações se entrelaçam e uma depende da outra” (cf. Dom Odilo Pedro Scherer, Jornal O São Paulo, 26/7/23). A Festa de Sant’Ana e as leituras proclamadas nos ajudam neste propósito.

 

3. A Palavra de Deus é fonte de sabedoria e felicidade.

A sabedoria bíblica, conforme a primeira leitura (Eclo 44,1.10-15) exalta, de geração em geração, as virtudes dos sábios, nossos antepassados. Eles são homens de misericórdia, capazes de realizar gestos de bondade; “seus netos são a sua melhor herança” e sua descendência mantém-se fiel às alianças. “Sua glória jamais se apagará”; “os povos proclamarão sua sabedoria e a assembleia vai celebrar o seu louvor”.

 

Sant’Ana e São Joaquim, pais da Virgem Maria, protagonizam essa sabedoria. São pessoas virtuosas que se unem em matrimônio e constroem uma família sólida, guiada pelo temor de Deus. Educam Maria segundo a tradição e as virtudes dos antepassados.

 

No evangelho (Mt 13,16-17), Jesus proclama aos seus discípulo uma bem-aventurança: “Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem” (v. 16). São Paulo reflete sobre “a palavra da fé que anunciamos” (Rm 10,8) e acrescenta: “é crendo no coração que se alcança a justiça e é professando com a boca que se consegue a salvação” (Rm 10,9-10). Ouvidos atentos para entender, ver com os olhos da fé, proclamar com a boca e crer no coração!

 

A mensagem de Jesus é um caminho de felicidade e santidade: “Feliz és tu”! “Felizes sois vós”! “Felizes aqueles ...”! Muitas vezes, no evangelho pela boca de Jesus, uma bem-aventurança é proclamada: felizes os pobres, os que tem fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração ... Feliz és tu, Simão (quando Pedro declarou que Jesus é o Cristo, Filho de Deus) (Mt 16,17); feliz o servo atento e vigilante (Mt 24,46); e ainda; “é feliz aquele que não se escandalizar a meu respeito” (Lc 7,23). A Tomé, Jesus disse; “felizes os que não viram e creram” (Jo 20,29), isto é, os que “sem terem visto com os olhos da carne, viram com os olhos da alma; a fé é a verdadeira visão” (Pe. Joãozinho)

 

Maria rezou dizendo que “doravante, as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48). Isabel, mãe de João Batista, ao receber a visita de Maria, exclama: “Feliz a que acreditou, pois será cumprido o que foi dito da parte do Senhor” (Lc 1,45). Certa mulher, do meio da multidão, profundamente tocada pela palavra de Jesus, exclamou: “Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram” (Lc 11,27), ao que Ele responde: “antes, felizes os que ouvem a palavra de Deus e a praticam” (Lc 11,28), a exemplo de Sant’Ana e São Joaquim.

 

4. Exortação final

Irmãos e irmãs! Invoquemos a feliz intercessão de Sant’Ana, esposa fiel e mãe educadora! Invoquemos a intercessão de São Joaquim, homem justo e venerável!

São Joaquim e Sant’Ana, pais da Virgem Maria! Intercedei por nós!

Avós de Nosso Senhor Jesus Cristo! Intercedei por nós!

Transmissores da fé! Intercedei por nós!

Modelos de sabedoria e santidade! Intercedei por nós!

Patronos das famílias e dos idosos. Intercedei por nós!

 

Amém!

 

Dom Pedro Luiz Stringhini

Mogi das Cruzes, 26 de julho de 2023

 

Salve, Sant’Ana, Mãe de bondade, nosso amor dedicamos a ti; protege sempre nossa Cidade, ó Sant’Ana, Padroeira de Mogi!